quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

0 silêncio e a escuta


«Entra no silêncio do teu quarto» (Mt 6,6) e escuta a voz do Senhor que bate à tua porta.

Para rezar é preciso, antes de mais, criar um «clima» saudável que permite a pessoa escutar-se a si própria e escutar a Deus, entrando em diálogo interpessoal com ele. Neste silêncio interior a palavra de Deus ressoa em nós e do nosso coração brota uma resposta de amor.

Este silêncio interior custa muito, mas é necessário. Temos de nos esvaziar de toda a espécie de palavras e sensações, de imagens e sons, pois vivemos num ambiente onde tudo convida à dispersão. Mas a oração exige este silêncio de interiorização. Precisamos de fugir para o deserto, onde Deus fala ao nosso coração. Estaremos dispostos a deixar a superficialidade, a dispersão, a preocupação com tantas coisas, para fazer deserto mesmo no meio da cidade e pensar no Senhor que nos ama muito e nos quer comunicar a sua mensagem de amor?

«Quando rezardes, não digais muitas palavras, como os pagãos que pensam ser escutados só porque dizem muitas palavras». (Mt. 6,7) Mais que falar, o importante é escutar no silêncio. Já Moisés recomendava ao povo de Israel que se colocasse numa atitude de escuta: «Escuta Israel!» (Dt 27,9) E o jovem Samuel insistia: «Fala, Senhor, que o teu servo escuta». (1Sam 3, 10)

Na catequese, este silêncio interior em atitude de escuta pode ser favorecido das seguintes formas:

- escutar em silêncio um texto musical apropriado;

- fazer exercícios de silêncio escutando os ruídos exteriores e o pulsar da vida em nós;

- contemplar um círio aceso, um ícone ou um poster apropriado;

- fazer uma série de respirações profundas, enquanto se conta mentalmente até dez;

- contemplar um crucifixo;

- repetir muitas vezes e devagarinho: «Vem, Espírito do Senhor»;

- fechar os olhos por alguns momentos.


Estas são algumas das formas práticas que podem ajudar o grupo a entrar na oração. Mas a imaginação e a criatividade dos catequistas encontrarão outras ainda melhores.

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